
Esta primeira imagem é a capa de um disco desta banda tuaregue Tinariwen. A imagem propriamente dita, apresenta algumas características que a definem como o reflexo de um tempo multicultural, nomeadamente a presença das guitarras eléctricas, marca de uma ocidentalidade que seria à partida exterior à música tuaregue.Mas para além das marcas aparentes, há a marcar esta imagem, dois aspectos fundamentais: o facto de ser ela própria a capa de um disco, objecto das indústrias culturais por excelência; e o fenómeno da World Music, que enquanto objecto de estudo, é muito revelador do fenómeno da globalização e dos seus fluxos. Com efeito, os Tinariwen conseguiram nos últimos anos um reconhecimento internacional que está relacionado com a ocidentalização da sua música, forma encontrada de penetração nos mercados europeu e norte-americano. Aliada a esta ocidentalização está o exotismo de uma música que mantém um carácter tradicional, do blues norte-africano, e que chama a atenção para a luta política do povo tuaregue contra o governo do Mali. Este exotismo vai de encontro à procura do outro que caracteriza o mundo ocidental globalizado. Também importante é o facto de este tipo de produtos da world music chegarem às mãos ocidentais mediados geralmente por grupos editoriais europeus e norte-americanos, o que acaba por definir onde se encontra o ponto superior do fluxo.
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