terça-feira, 14 de outubro de 2008

Imagens e Globalizações I

Proposta de Cristina Munoz
Chinatown New York

Esta imagem representa a globalização em sentido inverso: manifestações da cultura chinesa estão presentes nas principais cidades mundiais, permitindo que as pessoas desta cultura reconheçam os seus símbolos culturais, mas também influenciado as cidades onde estas pessoas vivem. Este fenómeno não acontece apenas com a cultura chinesa, mas também com outras culturas (hispânicas, britânicas, coreanas, etc.), criando locais de justaposição cultural.

Esta justaposição cultural é visível não só no aspecto das cidades, mas também nas universidades, empresas… em todas as situações em que as pessoas se relacionam. É por este motivo, que eu concordo com a opinião de que a globalização não se pode descrever como um fenómeno de mcdonalização mundial mas sim como uma influência recíproca e constante de culturas que se encontram.



Proposta de Anna Awdziej

A minha proposta consiste de três imagens sendo as versões da mesma obra celebre de Leonardo da Vinci, Mona Lisa. Apresento também o original para todos poderem comparar. Uma das imagens, Mona Lisa asiática é uma fotografia tirada em Londres, que encontrei na Internet. Infelizmente, não conheço o autor da obra nem o sítio exacto onde a pintura se encontrava. A segunda obra é uma versão de Mona Lisa de artista da América do Sul, um colombiano, Fernando Botero, conhecido principalmente pelo seu famoso estilo de apresentação das pessoas em formas redondas e extensas. Todavia, queria concentrar-me sobretudo na última pintura, na Mona Lisa índia, porque parece ser mais uma interpretação dum tema recorrente na arte do que simplesmente uma paródia da famosa obra de da Vinci. Trata-se da pintura dum autor norte-americano da origem índia, David P. Bradley, intitulada Pow-Wow Princess in the Process of Acculturation (Princesa Pow-Wow num Processo de Aculturação). O autor da obra não se limitou a mudar a paisagem no segundo plano, ou as feições do seu modelo, mas equipou-o também com os atributos característicos para as índias contemporâneas, que reflectem uma mistura específica da tradição e da modernidade. Acerca duma obra e dum motivo muito bem conhecido construiu uma narrativa nova sobre a condição do povo indígena da América do Norte. Mostrando estas pinturas, queria chamar a atenção para o facto que a globalização e o fluxo cada vez mais amplo de ideias referem-se também a arte e servem como uma fonte da inspiração para muitíssimos artistas de todo o mundo. Julgo que este quadro serve também como um bom exemplo de recontextualização de algumas ideias ou motivos anteriormente conhecidos para contarem histórias novas sobre a realidade culturalmente diferente. Mais informação sobre o quadro de Bradley encontra-se aqui



















Proposta de Joana Santos

Autoria da Imagem: Activista Político do meio das Artes, conhecido por trabalhos exteriores (Graffiti). De Identidade anónima, os seus trabalhos são assinados “Bansky”.

A Imagem tem três figuras e/ou também elas imagens, que são mundialmente conhecidas, a figura da esquerda o Rato Mickey, do lado direito, a figura do Palhaço da McDonald’s e por fim, ao centro uma imagem (fotográfica), de uma criança vítima de guerra no Vietname. No que diz respeito aos significados associados à imagem, será de mencionar que já por si, esta «fotomontagem», contém em si uma forte componente irónica, na medida em que as duas figuras dos extremos são figuras que surgem associadas ao consumo (em que existe um investimento em marketing dirigido precisamente às crianças). A ironia reside precisamente no facto destas duas figuras que representam o consumo segurarem a mão de uma criança cujas condições de vida, são influenciadas por processos mundiais económicos (dos quais as figuras mencionadas) são representantes incontornáveis. Deste modo, somos reportados para as desigualdades sociais transnacionais. Em que as multinacionais desempenham um papel preponderante no agravamento das condições de vida, exploração de mão-de-obra (em países como o Vietname o recurso a mão-de-obra infantil continua a ser prática comum) e a criação e/ou intensificação de tensões sociais e estruturais (conflitos armados). Não é de menosprezar neste contexto a existência de relações de interdependência entre países, cujo resultado é revelado ao nível dos mecanismos de desigualdade no que diz respeito (por exemplo) às dimensões vitais, que englobam as condições de existência (tomemos em conta o indicador da esperança de vida, que na Ásia é marcada por uma alta taxa de mortalidade infantil e que possuem uma esperança de vida reduzida), em que os acessos aos cuidados de saúde são seriamente afectados. Será também de referir neste contexto, as desigualdades na redistribuição de recursos o que não raras vezes, surge associado ao acesso institucional (acesso a direitos e a uma cidadania plena). Portanto, estão patentes a presença de dimensões que nos reportam para os «países desenvolvidos» e «países subdesenvolvidos» em que existe uma clara diferenciação na distribuição de recursos entre os países. Levanta-se então a questão (não isenta de controvérsia) sobre os impactos que o “Global” tem sobre o “local”, e nesta relação, que processos de reorganização social existem no seio das comunidades locais.


Proposta Mário Margarido















São duas fotos das bolsas de valores americanas. Envio-lhes estas fotos pois a meu ver reflectem um pouco a chamada teoria da dependência, se não me engano, isto porque nos dias de hoje com a "crise" financeira quando os mercados americanos estão em baixa, os europeus e asiáticos sofrem as consequências. Há então como que uma dependência entre os centros e as periferias mas também como na teoria do sistema mundial em que com a expansão do capitalismo tudo se encontra conectado, ou tudo tende a ficar conectado, tudo sofre mais ou menos da mesma forma.Uma outra imagem que envio é uma mais engraçada sobre o mcdonalds. Essa imagem espelha claramente uma cultura de consumismo extravagante e globalizado. E claro é uma satira mas não deixa de ter uma certa razão. Espero que estas imagens sejam um espelho ainda que pequeno da globalização. Poderia também aqui pôr aqui capas de livros escolares de inglês ou francês ou até de alemão pois enfatizam aspectos da teoria da modernização em que as crianças dos povos locais são inculcadas línguas que não a sua tendo em vista um mercado de trabalho cada vez mais globalizante.


Rostos de duas turmas na mesma escola (Joaquim Ribeiro e da sua filha - 35 anos depois)



Escolhi esta imagem para a próxima aula, pois retrata um filme que entendo em muito explicar a Globalização e a Comunicação, enquanto conceitos que avançam inter-ligados e poderão ser mesmo "sinónimos" em vários aspectos, e que o produtor mexicano Alejandro González-Iñárritu nos mostra de uma forma clara e que nos pode dar muito que pensar e reflectir sobre a forma como cada vez estamos todos mais próximos. O que me motivou a escolher a imagem deste filme não foi a industria cinematográfica e a sua expansão enquanto divulgação publicitária e consumista, mas a história contada no filme enquanto temática que mostra de uma forma clara embora fictícia de que modo poderemos estar todos ligados entre nós, e o mundo estar ao alcance de um passo. Uma versão cinematográfica actual inspirado na narrativa Bíblica "A torre de Babel", a acção começa por decorrer em Marrocos, onde um tiro é disparado contra um autocarro por uma criança, como forma de testar o alcanço da arma que o pai lhe deu para caçar e fere uma turista americana. As consequências reflectem-se nos Estados Unidos, onde vivem os dois filhos da turista que em consequência do acidente da mãe tem de acompanhar a ama no México a um casamento tradicional, o que causará problemas na fronteira ao tentarem entrar de novo nos Estados Unidos, chegando mesma a ser dada como desaparecida uma das crianças;

Ao mesmo tempo no Japão onde mora o dono original da arma e sua filha surda com problemas de ordem afectiva e sexual, causada pelo suicídio da mãe, acaba encontrando um policia que procura indícios da arma que o seu pai ofereceu ao Guia (pai das crianças que atiraram contra o autocarro em Marrocos). A par de tudo isto as televisões e jornais começam a relacionar o incidente em Marrocos com terrorismo envolvendo os Estados Unidos. O que me fascina na temática globalizante do filme é o facto de abarcar quatro locais distintos do globo, e a forma como um acontecimento pode ligar todo o mundo. Alem de abarcar grandes temas: Comunicação, terrorismo, afectos, sexualidade, emigração, tráfico de armas; classes sociais e poder.

Fernando M. André Rosa

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