Proposta de Raquel Batista:
Estas fotografias já foram mostradas na aula, mas infelizmente, não pude dizer muito sobre elas porque a informação que levei era escassa. Contudo, posso adiantar que foram tiradas num sábado de manhã em plena Baixa de Lisboa há sensivelmente três semanas atrás. Pedi autorização para fotografar todo aquele 'cenário' a um dos elementos deste grupo musical e que me foi concedida, mas ou por uma questão de mau timing meu ou por não quererem mesmo aparecer, não consegui apanhar na imagem nenhuma das pessoas que estava por detrás daqueles instrumentos.
Poderão questionar-se o porquê de eu ter fotografado (ou quase) este grupo musical índio e não outra coisa qualquer. A verdade é que tanto poderia ter fotografado esta situação como poderia ter fotografado o turista que estava nesse preciso momento ao meu lado com a sua câmara de filmar que deve ter ficado fascinado com o facto de se estar a passar numa aparelhagem, em plena rua, covers em flautas Pan de músicas cantadas em inglês que possivelmente até conheceria.
Se o tivesse feito, iria captar o "outro" a ver o "outro”, o que daria outro tema de conversa. Penso que mais do que isso, queria antes o lado de quem se representa a si mesmo, e de que forma o faz. Apesar de não se comprovar pelas fotos, posso dizer que estas pessoas estavam completamente trajadas a 'rigor', querendo muito possivelmente mostrar que ali, a tradição ainda se mantém. Não pondo em causa se isso é realmente verdade ou não, neste caso em específico, acho que é válido argumentar que em grande parte não passa de uma “teatralização” dos mesmos em torno da imagem que querem de dar de si.
Apesar de se passar numa zona onde o trânsito de pessoas de diferentes backgrounds culturais é enorme e de isso criar um certo hábito, não deixa de ser fascinante presenciar as trocas culturais que se fazem a partir daqui e de que forma as pessoas trabalham imagens e conteúdos que querem fazer passar nestas mesmas trocas
Sem comentários:
Enviar um comentário